Traduzir

domingo, 7 de agosto de 2016

Estímulo Visual.

De acordo com a medicina, não enxergo nada. Nos meus tempos de criança eu achava um absurdo essa constatação. Morria de raiva do médico quando ouvia ele falar isso aos meus familiares ou quando liam para mim o laudo médico. Eu sempre me perguntava: como pode isso ser verdade, se eu vejo o claro e sei quando está escuro? O doutor fala isso porque não sabe o que eu vejo!

Eu sabia quando a luz estava acesa ou apagada; via a luz do sol, de lanterna ou de vela; sabia quando o tempo estava nublado pois a luz diminuía como no entardecer; via o reflexo da luz do sol na água do mar; enxergava vultos grandes como os de carros, caminhões ou ônibus.

Durante um tempo fiz aulas de estimulação visual para tentar manter o resíduo. A professora apagava todas as luzes da sala, acendia uma lanterna e se escondia. Eu tinha que encontrá-la seguindo a luz da lanterna. Fácil!
Outra atividade divertida era acertar as cores de acordo com a luz que incidia no papel posto em uma luminária. Dependendo da cor do papel, a intensidade da luz diminuía ou aumentava. Era difícil acertar, mas às vezes eu conseguia!

Sempre tive percepção de luz e de sombra. Hoje em dia essa percepção diminuiu consideravelmente, mas ainda consigo perceber quando o dia está claro ou escuro, luzes fortes e vultos de automóveis. Gosto de ver o que ainda vejo, mas se o resíduo diminuir completamente não haverá problema pois isso não afeta o meu dia a dia. Para você ter uma ideia, deixei de ver luz de vela e nem percebi! Um belo dia olhei pra vela e cadê a luz? Pensei que estava apagada e por pouco não queimei a mão. Que susto!

É muito importante estimular o resíduo visual, mas se acontecer de ele diminuir, podemos utilizar a tecnologia a nosso favor para auxiliar. O Facebook, por exemplo, é um forte aliado! Logo pela manhã, se o tempo estiver chuvoso, recebo o aviso: “Não se molhe. O dia vai ser de chuva!” A mesma coisa quando a previsão é de sol. Ele ainda me aconselha a aproveitar o sol, que está lindo!
Ele nem sempre acerta, afinal é uma previsão, mas tá valendo!
O importante é ter vários recursos à disposição para facilitar a nossa vida.

segunda-feira, 25 de julho de 2016

Escolhas

Sabe aquela pedra que o Drummond tanto mencionou na poesia? Aquela "pedra no caminho", que de tão insistente, talvez não tenha sido esquecida? Aquela que foi capaz de fatigar retinas... E quem sabe até de fatigar o corpo inteiro...

Tem dias que esse tipo de "pedra" interrompe nossa caminhada. São obstáculos que precisamos ultrapassar. Ao nos depararmos com eles, geralmente as primeiras reações são de raiva, frustração, incapacidade, medo. Reações que nos impulsionam a fazer escolhas que poderão mudar o rumo da nossa caminhada. Vejamos algumas:

Parar e observar - É como se estivéssemos em uma prisão, de onde jamais pudéssemos sair. Não conseguimos enxergar nada além do obstáculo. Os anos passam e continuamos do mesmo jeito. Paramos no tempo, com a certeza de que estamos diante do "impossível".

Adiar - Sabemos que precisamos resolver o problema, mas sempre temos a desculpa perfeita para adiar. Deixamos para amanhã, depois adiamos para a semana seguinte e por aí vai. O obstáculo continua em nosso caminho, mas vamos nos desviando. Com o tempo, ele aumenta de proporção e nos vemos obrigados a tomar uma atitude. Quem nunca passou por isso?

Transferir responsabilidades - Às vezes, culpamos os outros pelos nossos problemas, ou achamos que eles devem resolvê-los para nós. Talvez seja uma atitude inconsciente, mas isso pode nos tornar indivíduos sem iniciativa, completamente dependentes da opinião alheia e cegos para nossos próprios erros.

O ideal seria que para cada "pedra" no caminho, fizéssemos a melhor escolha: removê-la de uma vez por todas! Mas não precisamos fazer isso sozinhos. Quando necessário, podemos pedir auxílio de outras pessoas a nossa volta.
Somos falhos, temos defeitos, mas também somos fortes e capazes. Por isso estamos aqui. Os obstáculos são lições difíceis que precisamos aprender. São oportunidades para o nosso crescimento. Se enxergarmos isso dessa forma, talvez seja mais fácil enfrentá-los.

Assim, de obstáculo em obstáculo, vamos trilhando nossa jornada e com o tempo perceberemos que até os que julgávamos mais difíceis foram ultrapassados. Sigamos em frente, certos de que todos os dias teremos pedras em nosso caminho, mas também teremos possibilidades de escolha.
O livre arbítrio é uma arma que deve ser utilizada com sabedoria!

sexta-feira, 15 de julho de 2016

iPhone: sinônimo de acessibilidade!

Muita gente me pergunta como faço para utilizar o celular.
Alguns amigos cegos, que são usuários de iPhone, não usam nem metade dos recursos disponíveis.
Outros relutam em adquirir o aparelho por insegurança e se perguntam: "Será que eu vou me adaptar?"

Veja como um iPhone pode auxiliar pessoas com deficiência visual no que se refere à acessibilidade.

O encantamento começa na compra. Ao abrir a caixa e ligá-lo, um simples comando ativa o Voice Over e a partir de então, todas as informações presentes na tela são faladas. Assim, o usuário pode decidir se quer configurar seu próprio produto ou se quer que alguém faça a configuração e já lhe entregue pronto para usar. O iPhone foi desenvolvido para ser acessível de fábrica.

Assim que o Voice Over é ativado, o usuário pode utilizar todos os recursos do celular com independência: interagir em redes sociais; enviar e receber e-mail ou SMS; navegar na WEB com facilidade; assistir vídeos; fazer anotações; ler livros, revistas e jornais; ouvir rádios; utilizar GPS...
É possível, ainda, ativar o ditado e a Siri (assistente pessoal) para realizar algumas ações via comandos de voz. Isso possibilita uma certa agilidade e mais produtividade. Há também o "Braille via Tela", um recurso desenvolvido para quem sabe escrever em Braille. Ele transforma a tela do celular em um teclado Braille, o que triplica a velocidade da nossa digitação. E digitar rápido, em algumas ocasiões, é imprescindível!

Além disso, existem diversos aplicativos que fornecem acessibilidade a conteúdos visuais. Veja, a seguir, Os meus favoritos!

Câmera - nativo do iPhone. Permite o uso ofline. Na hora de tirar a foto, o Voice Over detecta quando há um ou mais rostos e informa ao usuário se o rosto está centralizado, a direita, a esquerda...

Fotos - nativo do iPhone. Permite o uso ofline. Contém todas as fotos tiradas. O Voice Over informa se a foto é vertical ou horizontal, se ficou nítida, bem iluminada, brilhante, desfocada.

TapTapSee - Gratuito. Funciona apenas online. Faz descrições do que é fotografado. Ao fotografar pessoas ele pode descrever se é homem ou mulher, como está vestido(a), qual a cor da roupa e dos cabelos...
Já se for objetos, ele pode informar o nome, a cor, o conteúdo do rótulo (se houver).
Também já tirei fotos de paisagens e pude "ver" a vista de uma janela, a natureza ou o mar, por exemplo.
A quantidade de informações descritas depende da distância entre a câmera e o que será fotografado.

NewReader - gratuito. Funciona apenas online. Ao tirar a foto do código de barras de um produto, ele faz a pesquisa desse código na Internet e apresenta as informações contidas nele.

Movie Reading - gratuito. Permite o uso ofline. Armazena áudio-descrições de filmes ou documentários.

LookTel Money Reader - pago. Permite o uso ofline. Trata-se de um leitor de dinheiro. Informa o valor da cédula quando a câmera é apontada para ela.
Uma alternativa gratuita é o app Dinheiro Brasileiro.

Light Detector - pago. Permite o uso ofline. Quer saber se tem luz acesa no ambiente? O Light Detector ajuda! Som agudo = ambiente iluminado. Som grave = ambiente escuro.

Goggles - gratuito. Funciona apenas online. Faz uma descrição sucinta do que é fotografado ou mostrado. Bem útil para ler rótulos ou a tela do computador (quando o leitor de tela não funciona e precisamos saber o que está escrito). É mais rápido que o TapTapSee.

knfbReader - pago. Permite o uso ofline. Um ótimo programa para digitalizar conteúdos diretamente com o celular. O usuário fotografa panfletos, cardápios, revistas etc e o aplicativo informa o conteúdo.

Gostou da lista? Tem sugestões de aplicativos? Comente!

terça-feira, 5 de julho de 2016

Cinema - antes da áudio-descrição.

Algumas pessoas me perguntaram como era antes do Movie Reading, então decidi explorar mais um pouco o assunto.
Como falei no post anterior, nem todos os filmes estão áudio-descritos, então a situação abaixo ainda acontece muito!

Temos um público: pessoas que gostam de filme.
Temos um contexto: a garota vai ao cinema com o pai. No filme há cenas silenciosas. O pai começa a descrever, em voz baixa, o que vê.
Temos confusão: mesmo baixo, o ruído incomoda algumas pessoas nas poltronas vizinhas. Uns pedem silêncio, outros olham chateados. O pai aponta para a filha e diz que precisa descrever, porque ela não enxerga. Alguns entendem e se desculpam.

A cena acima é fictícia, mas algo parecido acontece muitas vezes quando uma pessoa cega vai ao cinema. Conheço cegos que preferem nem ir para não incomodar ninguém com o mínimo de barulho. Outros não vão porque não tem ninguém que possa descrever as cenas pra eles e por isso ficam sem entender alguns trechos. De fato, é comum acontecer de perdermos informações importantes por não haver áudio-descrição.

Sempre tive o apoio da minha família e amigos para descrever filmes para mim.
Na infância, geralmente quem descrevia as cenas era minha mãe. Eu assisti "O Rei Leão", filmes da Xuxa, filmes com o Renato Aragão... Tudo que uma criança da época gostava. Meu pai também sempre descreveu e leu as legendas dos filmes, mas ele preferia fazer "cinema em casa".
Na adolescência e até hoje, conto também com o apoio das minhas irmãs. Sento no meio delas para que eu possa me aproveitar da áudio-descrição de mais de uma pessoa.
Quando vou ao cinema com amigos, alguém descreve para mim. Caso isso alguma vez não aconteça, eu começo a perguntar. Afinal amigo é pra essas coisas!

Também já vi filmes inacessíveis acompanhada de outros cegos. O primeiro foi "Chico Xavier, o filme". Assisti duas vezes: uma com a minha mãe, que descreveu as cenas para mim. Outra com uma amiga, que também não enxerga. Aí eu fiz a descrição das cenas para ela. Foi ótimo! Um excelente jogo de memória. Parecia até que eu estava enxergando.
Atualmente esse filme já foi áudio-descrito.
Outro dia, fui com o meu esposo. Fomos assistir "de pernas pro ar". Uma das cenas era silenciosa, com uma música suave. Pelo contexto era romântica. O casal protagonista estava no maior clima de amor. Então perguntei ao meu esposo: "será que agora foi o beijo?" De repente, uma criança, que também estava vendo o filme, gritou: "beijooou!" Rimos bastante porque parecia que ela tinha ouvido minha pergunta. Muito engraçado, a gente dando gargalhada em uma cena de beijo.

Como deu pra perceber, eu nunca deixo de ir ao cinema porque alguém pode reclamar disso ou daquilo, ou porque o filme está sem áudio-descrição. A diferença é que agora, com o Movie Reading, eu tenho vontade de assistir tudo que é lançado pelo aplicativo só pra desfrutar da sensação de ver algo com total autonomia, como se eu estivesse enxergando a tela.
No entanto, contar com a ajuda das pessoas para descrever, também é muito divertido! Apesar de algumas desvantagens
a pessoa que descreve fica tão empolgada com o que está vendo e quando há uma cena engraçada ela começa a rir, não consegue descrever e a gente fica sem entender qual a piada.
Ou então: tem gente que tem dificuldade para ler legendas e descrever as imagens ao mesmo tempo. Isso dificulta porque a pessoa, às vezes, fica um pouco apreensiva por não conseguir explicar tudo. Nesse caso eu opto por ouvir as legendas.
Mas até as desvantagens são oportunidades para a descontração e o aprendizado!
Em fim: é bom ter possibilidades de escolha! Fico feliz por viver em uma época que me permite experimentar tantas coisas interessantes e aprender com todas elas!

sexta-feira, 1 de julho de 2016

Vamos ao cinema? Tem filme com áudio-descrição em Maceió!

"Mais Forte que o Mundo" e "Contrato Vitalício" estão em cartaz nos cinemas de Maceió. Isso todo mundo que gosta de cinema já viu. Mas você sabia que existem versões acessíveis para esses filmes?

Graças ao avanço tecnológico, uma simples ida ao cinema pode se tornar algo mágico e autônomo para milhares de pessoas cegas. Foram desenvolvidos aplicativos com o objetivo de descrever as imagens que surgem na telona.
Um deles é o Movie Reading, disponível para as plataformas IOS e Android. Ele possui recursos de legenda em português, libras e áudio-descrição.
Funciona assim: Você baixa o aplicativo gratuitamente, acessa a lista de filmes, escolhe um e baixa a áudio-descrição. Então, assim que o filme começar , é só selecioná-la e sincronizar. O aplicativo "ouvirá" o som do filme e em poucos segundos descreverá as imagens em tempo real.

O melhor de tudo é que as salas de cinema não precisam fazer nenhum tipo de investimento com equipamentos específicos ou wi-fi. O usuário, depois que baixar a áudio-descrição, não precisará de internet para nada. Então pode colocar o celular no modo avião, diminuir o brilho da tela para não incomodar ninguém e aproveitar!
Tem mais! as áudio-descrições disponíveis não são apenas para filmes em cartaz. A ideia é proporcionar acessibilidade também para os que estejam em DVD e Blue-Ray, no Itunes, na NetFlix etc.

Já existem 11 filmes no Movie Reading. Toda semana entra filme novo! É só ficar de olho.
Em menos de um mês, pude testar bastante o aplicativo! assisti
"Abril e o Mundo Extraordinário" (no Cine Arte Pajuçara);
"Dorina - Olhar para o Mundo" (Documentário no HBO);
"O Começo da Vida" (Documentário na NetFlix).

Que venham mais e mais filmes com áudio-descrição nos cinemas e em todos os lugares possíveis!
Que a cada dia, os profissionais áudio-descritores possam se qualificar para oferecer uma áudio-descrição de qualidade aos usuários!
Parabenizo a todos os envolvidos nesse projeto do Movie Reading, inclusive a equipe de áudio-descritores por dar o pontapé inicial.

quarta-feira, 22 de junho de 2016

Inacessibilidade em Shopping

Momentos ruins também são inesquecíveis, também nos ensinam e também precisam ser compartilhados para que não se repitam. Momentos ruins nem sempre são bons para serem comentados, pois expõem os envolvidos e nos fazem reviver situações tristes.

Porém, um ano depois do acontecido, decidi expor um desses momentos inéditos e raros em minha vida, que poucos souberam. Não para falar mal do estabelecimento, mas para suscitar em todos nós a reflexão. O que podemos fazer para mudar? Como cada um pode contribuir para facilitar o direito de ir e vir de todas as pessoas independente de deficiência? Será que valeria a pena investir em piso tátil? Investir em treinamento dos funcionários?

Decidi contar isso também porque ouvi, há duas semanas, que uma cega do RJ queria bater perna no shopping e o segurança não quis acompanhá-la. Então pensei: e se eu quiser fazer o mesmo, tenho que depender de quem enxerga? E se a pessoa não quiser ir eu tenho que deixar de ir?

O fato aconteceu no ano passado, em um shopping de Maceió. Era dia dos namorados. Meu plano: chegar mais cedo, passar em duas lojas e depois encontrar meu esposo na praça de alimentação. Eu tinha a intenção de comprar uns mimos para fazer uma surpresa para ele. Mas acredite: quem ficou surpresa fui eu, ao constatar o despreparo dos funcionários na hora que viram uma cega lá sozinha precisando ir em três locais. De nada adiantou eu falar que já havia feito isso antes, em outros shoppings da cidade. A saga foi assim:
1. O taxista que me deixou no shopping pediu para que algum segurança me levasse na loja 1 e ele não deu a mínima importância. Olha que a loja 1 era no mesmo piso! Indignado, o taxista me deixou lá.
2. Ao fazer a primeira compra, pedi a funcionária da loja para me conduzir à saída e chamar um segurança. Procedimento que sempre fiz e deu certo em outros shoppings. Porém, o segurança do local me explicou que não poderia me levar na loja 2, eu teria que ir ao SAC solicitar o auxílio de atendimento especial. A mesma funcionária me levou até lá.
3. No SAC, expliquei que precisava ir em uma loja e na praça de alimentação, bastava designar um funcionário para me auxiliar. Que eu já havia feito isso antes em outros shoppings e nunca tive problema! Nem sequer precisei ir a ao SAC. Ligaram pra um e pra outro, mas ninguém estava disponível. Fui informada que havia apenas um segurança por piso e que ele não podia sair do local para me levar a pisos superiores nem à escada rolante. Eu me perguntei: será que realmente estamos seguros nesse shopping?
Insisti: E agora, como vamos resolver? Eu vim sozinha e preciso fazer compras. Se o shopping não tem piso tátil, tem a obrigação de fornecer o mínimo de acessibilidade indicando alguém para me auxiliar, concorda? Como vocês fazem quando um cego vem sozinho pra cá?
A única resposta que tive foi para aguardar mais um pouco. Depois de esperar vários minutos, decidi ir embora. Mas então, a moça que havia me levado ao SAC, (eu nem sabia que continuava lá), se ofereceu para me conduzir à loja 2 e à praça de alimentação. A atendente do SAC ainda tentou se desculpar dizendo que não havia funcionários capacitados para atender a minha solicitação. Estava claro que ela não sabia que pra esse tipo de coisa não é preciso capacitação alguma, apenas de um “olho amigo”.

Cinco minutos depois, comprei os produtos que queria e fui encontrar meu esposo. Fiquei indignada, nem tinha mais clima para comemoração!
Após o almoço, Como ir embora?
Decidimos procurar a saída da praça com os nossos próprios ouvidos e bengalas. Nessa hora, Alguns clientes se ofereceram para nos ajudar.

Hoje, mais de um ano após esse lamentável acontecimento, eu me pergunto: quanto cegos foram ao shopping desde aquele dia? Será que já tem mais de um segurança em cada piso? Será que outros cegos que passaram por situações semelhantes também se manifestaram para que a gerência soubesse que é importante fornecer treinamentos e pensassem na acessibilidade?

Se algo mudou no estabelecimento, só indo pra saber! Desde aquele dia, nunca mais fui lá sozinha. Dou preferência à concorrência, que tem feito um trabalho digno de aplausos. Mas tenho consciência que será preciso voltar e ver o que acontece.
Nós, pessoas cegas independentes, temos obrigação de esclarecer e lutar para que outros cegos não passem pelos mesmos problemas que nós. Tenho consciência que precisamos vestir a camisa de locais inacessíveis para ensiná-los o que é acessibilidade, mostrar que existe um público consumidor com deficiência e que é preciso enxergá-lo.
Mesmo que mais nenhum cego tenha se aventurado sozinho pelo shopping, isso pode acontecer hoje, amanhã ou depois. E é preciso que as pessoas estejam preparadas para auxiliar todos os consumidores da melhor maneira possível.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Reflexão para todos os dias.

A vida é repleta de lições que só aparecem no momento certo. Ora aprendemos, ora ensinamos. Ora acertamos, ora erramos e continuamos aprendendo. Às vezes é possível repetir a lição e tomar atitudes diferentes. Todavia, há momentos em que a alternativa é esperar por novas oportunidades. Elas sempre chegam. O que nos falta, muitas vezes, é percebê-las e aproveitá-las.

Nunca estamos sós. Há sempre alguém que se importa com o nosso bem-estar e nos ajuda a seguir em frente: um familiar, um parente, um amigo. São como anjos que Deus coloca ao nosso lado para nos auxiliar na caminhada. Mas o passo deve ser sempre nosso. A iniciativa e decisão são nossas. Se acertarmos ou errarmos, devemos assumir as consequências de cada ato.

Os problemas sempre existirão para nos mostrar que somos capazes de solucioná-los. Não surgem por acaso. Ficar apenas olhando para eles, não fará com que a solução apareça em um passe de mágica. É como na matemática: cada desafio deve ser analisado e resolvido por partes, com atenção, paciência, persistência. A solução existe, isso é fato.

Assim é a vida. Bonita como descrita nos versos da canção. Perfeita como a natureza. Valiosa como o ouro pois a oportunidade de viver é a chance de recomeçar a cada dia.