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domingo, 12 de junho de 2011

Mais um dia para celebrar o amor.

Ontem fui assistir à peça A Gaiola das Loucas, uma comédia musical sobre um casal homossexual interpretado por Miguel Falabella e Diogo Vilela. A comédia, em si, não me impressionou. No entanto, a lição que ela transmite, sugere não apenas a desmistificação de preconceitos. Mas, acima de tudo, que o amor prevalece em qualquer situação, não importa se o casal é homo ou heterossexual.

Hoje é o dia dos namorados, no Brasil. Em outros países, a data para esta celebração é 14 de fevereiro, quando não apenas os namorados são contemplados com demonstrações de carinho. São datas com um forte apelo comercial, é verdade. Mas quem não gosta de demonstrar o amor por alguém com presentes? Entrar de loja em loja procurando o presente "ideal", passar horas planejando o que fazer para tornar esta data simplesmente
inesquecível. Já dizia o poeta Vinícius de Moraes, em um dos seus mais lindos sonetos:

"De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento".

Onde há amor, há amizade, tolerância, respeito mútuo, compreensão. Portanto, se você tem um amor, aceite e respeite a individualidade e as diferenças do parceiro, afinal você também tem as suas. Demonstre o seu amor não apenas com presentes, mas também com palavras, gestos, ações. Valorize-o sempre, e ame-o.

Lembre-se que o dia dos namorados é apenas mais um dia para celebrar o amor. Seja muito feliz!

Para finalizar em clima de romance, deixo uma trilha sonora significativa e bela, que define o amor com muita sensibilidade.

Legião Urbana - Monte Castelo

domingo, 5 de junho de 2011

Inacessibilidade em palestras: dicas para solucionar este problema.

Os leitores cegos ou com baixa-visão aqui do blog, certamente se identificarão com alguma das situações abaixo. Você que enxerga, imagine que tem deficiência visual e que está em um grande evento, de ouvidos atentos nas palestras. A que você está assistindo agora é sobre um tema bem interessante e foi aguardada com expectativa.

Situação 1. lá pelo meio da apresentação, o palestrante diz: "vejam esta imagem, que bonita. Agora vejam esta. E agora esta..." e desenvolve uma série de explicações acerca do tema. Você se sente meio perdido por um momento,porque não viu as imagens!

Comentário: às vezes, descrever não é interessante para o palestrante que mostra uma imagem e pede ao público para dizer o que estão vendo. Nos outros casos, é importante pelo menos dar uma dica do que se trata. Por exemplo: Vejam esta imagem do Cristo Redentor. Ou esta, das praias da cidade. Ou este bebê no carrinho de supermercado.

Situação 2: Para ilustrar as explicações, o palestrante aciona alguns vídeos e você só ouve a música de fundo, porque o vídeo só tem imagem.

Comentário: Ao final da exibição vale a pena o palestrante destacar alguns pontos do vídeo e relacioná-los com o conteúdo da palestra. Pode também fazer isto enquanto o vídeo é exibido, desde que o volume esteja baixo.

Situação 3: O palestrante mostra um slide e diz: "este é o meu livro mais recente e você pode adquirir no stand do evento". Você pensa até em comprá-lo. Mas como ele se chama? O palestrante não disse... Outra variante desta situação é a clássica "Quero encerrar a palestra com esta frase..." e mostra a frase no último slide. E as pessoas do evento aplaudem. E você, deficiente visual, não entende nada porque não viu nada! Mas também aplaude, só porque todos estão fazendo isso.

Comentário: Talvez, aquela pessoa que está lá atrás e não tem deficiência nenhuma, nem conseguiu ver direito o título do livro e perdeu a informação do mesmo jeito. Talvez isso não aconteceria, caso a informação também fosse falada.
Ao finalizar com frase, entenda que se for uma frase boa será impactante, quer seja lida ou não. A diferença é que ao lê-la você a torna acessível.

Como espectadora deficiente visual, digo a vocês que é muito melhor assistir à uma palestra com autonomia, do que ficar perguntando a toda hora a alguém: "Que imagem é essa?" "Como é este vídeo?" "Como se chama o livro?" Sem falar que nem todas as vezes a pessoa deficiente se sente a vontade para ficar fazendo perguntas.

Observei que alguns palestrantes não tem a preocupação de tornar os conteúdos acessíveis justamente por não cogitarem a possibilidade de haver, dentre os expectadores, alguém com cegueira ou dificuldade visual. Mas lembre-se: acessibilidade é para todos e não apenas para quem tem deficiência.

Pense nisso.