O post de hoje é dedicado aos professores de idiomas que nunca tiveram contato com alunos deficientes visuais, ou aqueles que estão tendo esse contato pela primeira vez e ficam preocupados porque não sabem como ensinar a esses alunos.
Pré-requisitos: ter interesse e boa vontade de ensinar.
Durante o meu aprendizado de inglês, tive alguns professores excelentes que me motivaram e incentivaram a seguir adiante. Eles sabem o quanto são especiais e o quanto fizeram a diferença na minha vida. Pensando em tudo que eles me ensinaram, resolvi escrever algumas dicas simples, mas que muito contribuiram para que eu tivesse um aprendizado com a maior acessibilidade e qualidade possíveis.
Aprendi esses dias que "empatia" é colocar-se no lugar do outro. Então, antes de prosseguir com a leitura das dicas, pare um pouco e reflita: "E se você fosse cego, como gostaria que fossem suas aulas de idiomas"?
1º. Não torne a deficiência de seu aluno maior do que é. Lembre-se que ele apenas não enxerga. Logo, pode ouvir, falar, interagir com outras pessoas. Então, no primeiro contato com um aluno com deficiência visual, não se acanhe! Dirija-se a ele e pergunte qual a melhor forma de auxiliá-lo na tarefa de aprender o idioma. Demonstre interesse real em ajudar e coloque-se à disposição para esclarecer dúvidas, exatamente como você faz com alunos que enxergam.
2º. Forneça-lhe material acessível. Os deficientes visuais podem aprender utilizando materiais em Braille, digitalizados ou em áudio. Algumas escolas de inglês oferecem livros em Braille. Se esse não for o caso, pense se você pode contribuir digitalizando alguns conteúdos e enviando para ele. Existe ainda o recurso de gravação das aulas, mas só o áudio não é suficiente, porque ele precisa também aprender a escrever.
3º. Ao fazer anotações no quadro, por exemplo, leia em voz alta à medida que escreve. Com isso você estará auxiliando sobremaneira seu aluno, que não precisará perguntar o tempo inteiro: "Professor, o que você está escrevendo aí?". Se for utilizar Slide, você pode entregar-lhe uma cópia da apresentação para que ele possa acompanhar o conteúdo em tempo real.
4º. sempre que julgar necessário, leve objetos para a sala de aula e faça com que ele os reconheça, ou então descreva a finalidade dos mesmos. Essa é uma boa forma de ensinar o que é uma caneta, por exemplo, sem traduzir para o português.
5º. Quando possível, descreva as figuras que você utilizar em sala de aula. Você pode descrevê-las em português ou usar um método que acho ainda mais interessante: fazer com que a turma as descreva. Essa é uma ótima forma de interação e uma boa prática na hora de revisar os conteúdos de roupa, cores, objetos...
6º. Ao utilizar filmes ou outros vídeos com legenda, é importante sentar-se ao lado do aluno para descrever as imagens e ler as legendas em voz baixa.
7º. Ao trabalhar com música, caso o aluno utilize notebook em sala de aula, você pode entregar-lhe (em formato digital) a letra com as lacunas que geralmente você faz para os demais estudantes. As lacunas podem ser representadas por linhas em branco, porque fica mais fácil de o aluno preencher com o que ouvir no áudio.
Provavelmente, algumas dessas dicas servirão para outros tipos de aula, além de idiomas. Hoje em dia, cada vez mais deficientes visuais buscam se qualificar. Portanto, é fundamental o corpo docente saber lidar com isso naturalmente.
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Ps.: Caso você tenha algum tipo de deficiência e queira contribuir com experiências ou dicas que não foram mencionadas aqui, fique à vontade para postar nos comentários!