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sábado, 21 de setembro de 2013

Dependência Visual

Sabe aquele ditado que diz: "Em terra de cego, quem tem um olho é rei"? Eu diria: "em terra de apagão, quem é cego, enxerga!"

Era noite. Eu aproveitava os 30 segundos antes do jantar para visualizar os e-mails mais recentes. De longe, podia ouvir o barulho do televisor, que parecia fazer mais barulho do que toda a família junta! Foi aí que a TV desligou sozinha e a internet foi desconectada. Não, não era coisa do além! Foi apenas uma queda de energia.

Saí tranquilamente para jantar, torcendo para que o apagão não durasse muitas horas! Afinal eu ainda queria navegar na internet antes de ir dormir. Ao mesmo tempo, algumas pessoas da família começaram a acender vela por tudo quanto era lugar da casa. Cenário típico de um ambiente que fica às escuras, ainda mais durante a noite. Cinco minutos depois, a energia retornou e a alegria foi geral! Até parecia que alguém havia ganho na loteria.

Acontecimentos como esses me fazem pensar na reação das pessoas quando se deparam com a ausência de luz. O que acontece na maioria dos lares é que todos querem iluminar o local o mais depressa possível, mesmo que seja com luzes de velas. Isso porque as pessoas que enxergam não estão acostumadas com a escuridão. Fico imaginando a sensação que elas têm ao olhar para frente e não ver um palmo diante do nariz, a sensação de insegurança ao andar com medo de cair no primeiro degrau que aparecer... Na hora do apagão, elas esquecem dos outros sentidos e sentem a necessidade da visão, quase como uma dependência visual.

Quando criança, lembro que enquanto minhas irmãs ficavam com medo do escuro e mal conseguiam sair da sala para o quarto, eu me exibia correndo pela casa pegando algum objeto que elas precisassem ou guiando-as pelos ambientes. Sim, com luz ou sem luz eu enxergo muito bem!

E você, qual a sua experiência no apagão? É independente, como eu, ou tem dependência visual? Se for dependente, talvez seja a hora de se livrar disso. Afinal toda dependência tem seu lado negativo e quanto mais você puder ser independente, melhor, não é?

Faça a experiência! Tente se adaptar aos poucos, aproveite que você ainda enxerga. Lembre que você não vive apenas com a visão, embora ela seja um aspecto importante da sua vida. O que importa de verdade é trabalhar, o quanto antes, todos os seus sentidos para que nenhum fique sobrecarregado.

14 comentários:

  1. Maravilhoso! Essa postagem me lembra um livro muito interessante.... como sempre continuo teu fan número um!

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    1. Obrigada! Mas... qual o livro? Fiquei curiosa, claro! :) beijos.

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    2. O livro chama-se "O cair da noite". Qualquer dia desses postarei uma recomendação em meu blog. Enquanto isso, ficarás na curiosidade! Ou se fores suficientemente má, procurarás uma sinopse em algum lugar. Mas não recomendo...; olha que dá
      azar! Risos. Recomendações literárias de teu fã número um...

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    3. Estou aguardando a postagem no blog sobre o livro, viu? Desculpe a demora em responder. Agora que vi que eu havia esquecido de responder este comentário! Kkk.

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  2. Muito boa essa postagem, me fez lembrar de uma corrida de aventura que fui em Porto de Pedras, onde a largada foi a meia noite, todos tinham lanternas para ajudar a enxergar o caminho, mas teve um determinado momento que estávamos correndo eu e minha companheira de equipe e a nossa frente havia uma equipe que estávamos disputando e Lorena pediu pra que eu desligasse minha lanterna para que os adversários não soubesse onde estávamos, no início foi bem desconfortável, pois o medo de cair era grande mas como não tinha outro jeito você acaba se acostumando com o escuro. Parabéns Fabrícia, não conhecia seu blog, adorei!!

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    1. Muito legal, parabéns a vocês, espero que a estratégia de correr no escuro tenha auxiliado. Afinal, se andar no escuro já é difícil pra muitas pessoas, imagina correr!

      A vida da gente é sempre cheia de desafios e na hora da necessidade é quando conseguimos superá-los.
      Obrigada pela visita, volte sempre! :)

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  3. E, vamos aguçar nossos sentidos! Afinal, não é só com a visão que enxergamos. Mais um belo post! Parabéns! Yasmin.

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    1. É verdade. Beijos e muito obrigada, como sempre, pela visita!

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  4. Verdade! Somos muito dependentes da visão. Mais 4 sentidos pra gente explorar e tudo cai na mesma .. a falsa sensação de que "só acreditamos vendo", assim como São Tomé! :)

    Ainda neste tema, algo que retrata muito bem essa nossa dependência visual pode ser encontrado no filme "Ensaio sobre a cegueira" ... uma aula sobre como deveríamos desenvolver os outros sentidos e também sermos mais sensíveis para com os nossos semelhantes.

    Forte abraço, Fabrícia!

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    1. Oi Hertha! Obrigada por visitar o blog e comentar!

      Sim, você tem razão! Inclusive algum dia aproveito para falar sobre esse filme também.
      Abraços!

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  5. Fabrícia, como já havia falado, adorei o blog. Você me fez pensar sobre oa sentidos do verbo "ver". Beijos" Lilian

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    1. Oi Lilian! Que bom que desta vez você conseguiu comentar! Fato que esse blogspot deveria ser mais fácil a publicação de comentários, mas tudo bem! :)

      Bom ver que essa postagem fez tanta gente pensar sobre tanta coisa diferente e ao mesmo tempo complementar.
      Bjos e mais uma vez, obrigada pela visita! :)

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    2. Mais uma das suas... relatando a alma em seu sentido material. Temos este defeito. A visão e a audição figuram como principais bengalas, os demais damos menos importância, embora concordo contigo, precisamos aguçar outros quando ficamos sem um outro qualquer. O sensato mesmo é trocar os cinco pelo sexto.."o sentir genérico" assim procuramos e achamos... Assim sendo, te vejo na escuridão e se longe estiveres, te sinto melhor ainda...Benjamim.

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    3. Adorei! É isso mesmo, saber utilizar todos os sentidos da forma adequada é a chave para a independência visual!. Beijos!

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