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sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Quando Você Não Vê

Oi pessoal!

Após um longo período de reflexões, finalizações e retomadas de atividades e projetos, enfim estou de volta. Já estava com saudade de conversar com vocês!.

Gostaria de aproveitar este post de retomada para agradecer a cada um dos leitores pela participação. Obrigada aos que dão aquela passadinha rápida para ler, aos que deixam sua opinião expressa nos comentários, aos que enviam e-mail, enfim: a todos os que aproveitam de alguma forma os conteúdos aqui expostos.
Não imaginava que este espaço tão singelo onde eu exponho um pouco de mim, fosse me propiciar tantos momentos prazerosos e de partilhas.

E falando em partilha, hoje quero compartilhar com vocês um texto que recebi por e-mail. Ao lê-lo, foi impossível não lembrar de todas as pessoas que perderam a visão na adolescência ou na fase adulta.Foi impossível não lembrar da cegueira metafórica do "Ensaio Sobre a Cegueira", livro de José Saramago. Foi impossível não pensar nas dificuldades que quem perde a visão subitamente, passa a enfrentar com esta nova condição. São novos desafios, novas perspectivas.

Mas, se se apaga o sentido visual, saiba que a "visão" do cérebro, da audição, do olfato, do tato e do paladar não se apagam.
Agora, fiquem com este belíssimo texto. Boa leitura!


Quando você não vê
Paulo Lins

Quando você não vê, as imagens dão lugar a sentimentos que você não percebia antes, pois tudo se passava tão rapidamente, diante de seus olhos, que o essencial ficava esquecido. Experimente parar ao lado de uma cachoeira agora que você não vê, ouça o barulho, você já tinha percebido antes o som da água batendo nas pedras? Majestoso!!!

Aproxime-se, agora, de uma rosa e, se deixe levar pelo perfume que antes era mascarado pela beleza da flor, sei que você já sentiu o perfume de uma flor, mas, sinta que esse perfume, agora é mais insinuante, maravilhoso.

Escute o mar!!! O vai e vem das ondas que chegam na praia, você não pode ver o mar, mas estou certo de que quase pode ver as cristas brancas das ondas sobressaindo no azul profundo do oceano.

Aaa!!! o vento, sei que você nunca viu o vento , mas hoje, que você não vê, ele é mais envolvente e parece te abraçar.

A música, formada por melodia, harmonia e ritmo, a melodia é para a mente, a harmonia, para o espírito e o ritmo é para o corpo, agora que você não vê, nada mudou.

Dizem que os olhos são as janelas da alma, mas as janelas não enxergam, na verdade, o essencial é invisível aos olhos, só se vê com a alma e o coração.
Quantas vezes você fechava os olhos para viver os sentimentos mais profundos??? Uma música, um perfume, me diga que forma tem a saudade, a tristeza, a brisa, um carinho, o amor!!!
Nada se perdeu, ao contrário, ganhamos uma capacidade de ver além das aparências, não podemos ver os rostos das pessoas, mas de alguma maneira, as conhecemos melhor.
Fazemos coisas hoje, inimagináveis para nós antes. Cada passo à frente é uma conquista que merece ser celebrada e, assim, nossa vida é uma constante sucessão de vitórias e, para terminar, como disse o Apóstolo Paulo, em sua carta aos hebreus: "A fé é a certeza das coisas que se esperam e a convicção do que não se vê", Deus, de infinita bondade, nos presenteou com uma porção extra de fé.

3 comentários:

  1. Quando registramos apenas o superficial porque julgamos não ter tempo para detalhes aparentemente sem importância, não há sentidos que bastem, podemos ter os cinco e vivermos como se não tivéssemos nenhum. Quando cada coisa observada tem importância para nós , mesmo um único sentido pode nos revelar belezas insuspeitadas; é neste momento que vemos mais longe; quando se abrem os olhos de nossos corações.

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